O czar Nicolau II governava o país de uma forma absolutista e autocrática, rodeado de uma corte onde se respirava ostentação, luxo e corrupção. Os liberais ainda tentaram uma revolução no ano de 1905 mas os populares foram "esmagados" pelas tropas czaristas (Domingo Sangrento). Porém, o czar foi obrigado a abolir alguns privilégios da aristocracia e a aceitar a Duma (parlamento). Mas apesar disto, continuava a governar de maneira despótica.
Apesar da pouca liberdade politica que existia e das perseguições à oposição, vários partidos foram desenvolvendo a sua actividade como, por exemplo: o partido constitucional democrata, os socialistas revolucionarios, os sociais-democratas (mencheviques e bolcheviques), entre outros.
A agitação dos operários, o agravamento das condições de vida da população e campanha contra o regime do czar levaram à Revolução de Fevereiro de 1917, em Petrogrado.
Os manifestantes, vencedores, formaram um Soviete (assembleia administrativa e deliberativa, de cáracter local, compostas por operários, soldados e camponeses, ou pelos seus delegados eleitos) constituido por deputados dos soldados e operários e por um comité executivo.
Entretanto, a Duma (considerado o único poder legal depois da queda do czar) instituiu um Governo Provisório que começou por legislar a favor da transformação do Estado russo num regime liberal à maneira ocidental:
- estabelecimento da independência entre a Igreja e o Estado
- introdução do júri nos tribunais
- eleição por sufrágio universal dos conselhos administrativos locais
- adopção da jornada de oito horas para o operariado
Desta forma, o Soviete de Petrogrado e o Governo Provisório inauguraram para a Rússia uma espécie de regime duplo, marcado pela coexistência de dois poderes paralelos.
Enquanto o Governo Provisório tentava estabilizar a situação interna, o Soviete de Petrogrado incentivava o povo a tomar decisões e a actuar por si mesmo. Os dirigentes do Soviete pretendiam a socialização da economia e a instauração da ditadura do proletariado, um governo da maioria para a maioria.
Também existia um entusiasmo revolucionário devido ao regresso à Rússia de muitos políticos e outras pessoas que tinham sido exiladas e presas durante o governo do czar.
O programa do Partido Bolchevique reivindicava a paz imediata e separada, a liberdade para as nacionalidades, a expropriação dos proprietários fundiários, a nacionalização das terras, dos bancos e das grandes indústrisas e a passagem do controlo da produção para os operários. E estas ideias eram todas do agrado da população pois correspondiam a algumas das suas mais antigas reivindicações.
A democracia paralela, que era vivida com entusiasmo pelo povo, apenas contribuiu para aumentar a desorganização política, administrativa e social da Rússia. As actividades económicas quase paralisaram, as redes normais de abastecimento e distribuição de produtos tornaram-se inoperantes, as condições de vida pioraram... Nas aldeias, os camponeses assaltaram terras e as provisões dos grandes latifundiários. Nas fábricas, os operários exigiam um aumento de salários, e as falências eram contínuas. No exército, aumentaram os conflitos entre soldados e oficiais. Os partidos políticos não se entendiam e os governos provisórios sucediam-se.
Aproveitando este descontrolo, o Soviete de Petrogrado enviou os Guardas vermelhos apoderar-se do poder. Foi a Revolução de Outubro.
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