quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

As Mutações nos Comportamentos e na Cultura

As Transformações da Vida Urbana

Um dos fenómenos mais significativos do século XIX foi o extraordinário crescimento das cidades, que ocorreu como consequência da industrialização.
O crescimento urbano culminou, já no inicio do século XX, na formação de grandes metrópoles e até de megalópoles, que eram constituidas por milhões de habitantes, o que fez com que, pela primeira vez na História, a população das cidades fosse superior ao número da população rural.
As cidades, para além de grandes centros populacionais, tornaram-se também o centro das actividades essenciais da vida das comunidades (sedes administrativas, bancárias, comerciais e industriais, etc), tornando-as os centros do poder.
Todo este crescimento transformou a estrutura urbana, já desde o século XIX.
Para poder alojar as novas multidões, o casario adensou-se ao longo das ruas e das praças; passou a haver cada vez mais a construcção em altura, que foi fechando os horizontes; o tráfego e a poluição aumentaram; o centro da cidade deixou de ser a praça ou a catedral e os grandes edificios de negócios passaram a constituir os "novos centros".
Para atender as exigências e as necessidades da população, as cidades precisaram de se equipar com serviços públicos suficientes (como: transportes, escolas, electricidade e gás, rede de esgotos, etc). Estes novos serviços públicos rapidamente se tornaram necessidades básicas e parte integrante da vida das pessoas.


A Nova Sociabilidade e a Desagregação das Solidariedades

Os grandes agregados populacionais tornaram-se amontoados humanos, nos quais os ritmos de vida se alteraram, acelerando-se: havia maiores distâncias entre a habitação e o trabalho e entre a cidade e os arredores; a comunicação à distância intensificou-se (por comboio, automóvel, avião, rádio, telefone, etc). O trânsito de pessoas e carros sofreu um grande aumento. A crescente proletarização da sociedade fez com que quase todos os membros do agregado familiar trabalhassem fora de casa. As relações sociais despersonalizaram-se e desumanizaram-se.
Na grande cidade um homem sozinho perde-se facilmente no meio da multidão. Não conhece o rosto, muito menos o nome, dos seus vizinhos; fora da sua rua é um estranho, uma pessoa anónima. Este desconhecimento instalou desconfiança, afastamento e indiferença social.
Uma nova mentalidade tomou conta dos cidadãos: o "american way of life" dos anos 20. Aos beneficios da sociedade de consumo que a industrialização instalou, associou-se a busca de prazer e de diversão e intensificou-se a vida nocturna (teatros, cinemas, night-clubs, casinos, etc); alguns desportos ganharam outra dimensão e passaram a atrair multidões como o futebol, corridas entre outros.
A facilidade de mobilização incentivou o gosto pelas viagens que deixaram de ser só viagens de negócios, aumentando as viagens lúdicas, de turismo, algo que entrou nos hábitos das classes médias.
Deu-se também um rápido processo de industrialização e urbanização o que fez com surgissem zonas de degradação nas cidades que eram os bairros pobres onde se alojavam os marginalizados.
As grandes concentrações urbanas do século XX deram origem à massificação social. As sociedades passaram a ser sociedades de massas que eram caracterizadas pelo grande número de pessoas, pela dispersão espacial e pelo anonimato em que se encontravam. Isto conduziu à desagregação das solidariedades campesinas e ao desenraizamento individual.

domingo, 13 de novembro de 2011

O Triunfo dos Bolcheviques e a Implantação do Marxismo-Leninismo

No poder, os bolcheviques tiveram a dificil tarefa de construir o novo programa político, possuidor de um cariz marxista. Tiveram de enfrentar enormes obstáculos, originados pela situação económico-social em que a Rússia se encontrava. Um dos maiores problemas foi a oposição ao regime: as forças tradicionalistas e czaristas, as várias facções políticas despostas (mencheviques) e as várias nacionalidades do império que desejavam liberdade.
Até ao ano de 1921, a acção política de Lenine e dos bolcheviques chamava-se comunismo de guerra. Algumas das medidas deste comunismo de guerra foram:
  • a negociação imediata da paz com os alemães e a retirada da Rússia da guerra
  • a proclamação dos "Direitos do Povo Russo" que outorgava a igualdade e a soberania aos diferentes povos russos
  • a organização dos vários sovietes numa hierarquização em pirâmide
  • a promulgação da 1ª constituição da revolução
  • a destruição do sistema capitalista e a colectivização de toda a economia (pela nacionalização imediata de todos os meios de produção como minas ou bancos)
  • instituição do regime de partido único - o partido comunista russo
  • criação da polícia política e da censura
  • a preocupação com o movimento socialista internacional e com a união, o que incentivou a reunião da III Internacional
Em 1922, com o fim da guerra civil e o triunfo da República Socialista, a Rússia tinha-se tornado num país diferente. Porém, a situação económica continuava má (a produção tinha diminuido e a carestia tinha-se acentuado).
Por isso, deu-se uma profunda acção de reconstrução económica interna, concebida por Lenine, a Nova Política Económica (NEP) - através da qual se conseguiu obter niveis de produção identicos que URSS tinha em 1913.



Lenine

domingo, 30 de outubro de 2011

Da Revolução Burguesa à Revolução Socialista

O Império Russo encontrava-se numa situação económica e social muito complicada desde finais do século XIX, que foi agravada pela participação da Rússia na 1º Guerra Mundial: a inflação e a carestia (devido ao esforço financeiro do estado); a baixa produção agrícola e industrial (por causa da decorrente participação militar na guerra); o elevado número de mortos (o que provocou a desmoralização do exército) e a o povo, que já vivia na miséria, ainda passou a ter mais dificuldades.
O czar Nicolau II governava o país de uma forma absolutista e autocrática, rodeado de uma corte onde se respirava ostentação, luxo e corrupção. Os liberais ainda tentaram uma revolução no ano de 1905 mas os populares foram "esmagados" pelas tropas czaristas (Domingo Sangrento). Porém, o czar foi obrigado a abolir alguns privilégios da aristocracia e a aceitar a Duma (parlamento). Mas apesar disto, continuava a governar de maneira despótica.
Apesar da pouca liberdade politica que existia e das perseguições à oposição, vários partidos foram desenvolvendo a sua actividade como, por exemplo: o partido constitucional democrata, os socialistas revolucionarios, os sociais-democratas (mencheviques e bolcheviques), entre outros.
A agitação dos operários, o agravamento das condições de vida da população e campanha contra o regime do czar levaram à Revolução de Fevereiro de 1917, em Petrogrado.
Os manifestantes, vencedores, formaram um Soviete (assembleia administrativa e deliberativa, de cáracter local, compostas por operários, soldados e camponeses, ou pelos seus delegados eleitos) constituido por deputados dos soldados e operários e por um comité executivo.
Entretanto, a Duma (considerado o único poder legal depois da queda do czar) instituiu um Governo Provisório que começou por legislar a favor da transformação do Estado russo num regime liberal à maneira ocidental:
  • estabelecimento da independência entre a Igreja e o Estado
  • introdução do júri nos tribunais
  • eleição por sufrágio universal dos conselhos administrativos locais
  • adopção da jornada de oito horas para o operariado
Mas estas medidas tiveram pouco impacto devido à desordem política-administrativas e à pouca força que a Duma tinha entre os cidadãos.
Desta forma, o Soviete de Petrogrado e o Governo Provisório inauguraram para a Rússia uma espécie de regime duplo, marcado pela coexistência de dois poderes paralelos.
Enquanto o Governo Provisório tentava estabilizar a situação interna, o Soviete de Petrogrado incentivava o povo a tomar decisões e a actuar por si mesmo. Os dirigentes do Soviete pretendiam a socialização da economia e a instauração da ditadura do proletariado, um governo da maioria para a maioria.
Também existia um entusiasmo revolucionário devido ao regresso à Rússia de muitos políticos e outras pessoas que tinham sido exiladas e presas durante o governo do czar.
O programa do Partido Bolchevique reivindicava a paz imediata e separada, a liberdade para as nacionalidades, a expropriação dos proprietários fundiários, a nacionalização das terras, dos bancos e das grandes indústrisas e a passagem do controlo da produção para os operários. E estas ideias eram todas do agrado da população pois correspondiam a algumas das suas mais antigas reivindicações.
A democracia paralela, que era vivida com entusiasmo pelo povo, apenas contribuiu para aumentar a desorganização política, administrativa e social da Rússia. As actividades económicas quase paralisaram, as redes normais de abastecimento e distribuição de produtos tornaram-se inoperantes, as condições de vida pioraram... Nas aldeias, os camponeses assaltaram terras e as provisões dos grandes latifundiários. Nas fábricas, os operários exigiam um aumento de salários, e as falências eram contínuas. No exército, aumentaram os conflitos entre soldados e oficiais. Os partidos políticos não se entendiam e os governos provisórios sucediam-se.
Aproveitando este descontrolo, o Soviete de Petrogrado enviou os Guardas vermelhos apoderar-se do poder. Foi a Revolução de Outubro.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Dificil Recuperação Económica da Europa

Depois da guerra de 1914-1918, a economia mundial encontrava-se bastante instável. E por isso, a maior parte dos países europeus enfrentavas uma dificil reconstrução e reconversão económica, o que provocou o endividamento (tanto interno como externo) e uma desvalorização monetária, criando crises inflacionistas. Os países nos quais esta situação foi mais grave foram: a Alemanha, a Áustria e a Hungria (países que ficaram responsáveis pelo pagamento de elevadas indemnizações de guerra).
Esta recuperação económica europeia já era dificil e agravou-se ainda mais com a dependência em relação aos EUA. Durante a guerra, a produção industrial da Europa diminuiu por volta de 40% e a produção agrícola 30%, causando a perca de mercados internacionais para o Japão e os EUA. Em 1913 a Europa detinha 63% do comércio internacional enquanto que em 1922, passou a ser apenas 52%.
Mas mesmo os países que não sofreram destruições no seu território, também passaram por dificuldades, causadas pela desorganização do comércio internacional e pela necessidade de reconverter para o desenvolvimento económico das populações as forças produtivas até ai canalizadas para a guerra.
Este esforço não foi apenas sentido na Europa mas também nos EUA, que sofreram a sua primeira crise económica (1920-1921) provocada pelo excesso de stocks, falências, desemprego e deflação, que afectou outros países dependentes da economia americana.
A recuperação só se iniciou quando as crises inflacionistas foram resolvidas e quando houve uma estabilização monetária.
A partir do ano de 1923, deu-se um crescimento e desenvolvimento económicos nos EUA:
  • desenvolvimento técnico, exploração de novas fontes de energia, aperfeiçoamento do processo produtivo, exploração de novos ramos industriais e relançamento da agricultura;
  • incentivo ao consumo em massa pelo desenvolvimento das vendas a crédito e da publicidade;
  • incremento das operações bolsistas.
Com todo este crescimento, originou-se a "era de prosperidade" nos EUA, os quais se tornaram os grandes fornecedores e credores da Europa, aumentando assim a dependência desta em relação aos americanos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Um Novo Equilibrio Global

A Geografia Política após a 1ª Guerra Mundial

Com o fim da 1º Guerra Mundial deu-se o inicio de uma nova ordem internacional e a Europa estava politicamente muito diversa relativamente á Europa de 1914 devido aos desmoronamentos das monarquias militaristas. Por isso, era essencial restabelecer a paz. Em Paris, no ano de 1919, foram celebrados vários tratados para regulamentar a paz e entre eles, o Tratado de Versalhes. Através das cláusulas dos tratados, os impérios autocráticos e ditatoriais "desmembraram-se" e tiveram que adoptar novas formas politicas mais democráticas. A maioria destes impérios constituiram-se em républicas baseadas no sufrágio universal e na democracia representativa. Formaram-se novos estados, oriundos das nações que até aí tinham estado subjugadas ao poder dos grandes impérios.
Mas nem todos os problemas, causados pela guerra e até pelo período que a antecedeu, foram resolvidos com estes tratados. Muitos deles até se agravaram, tendo como consequência:
  • a não-aceitação das fronteiras estabelecidas nos tratados por alguns Estados (só no ano de 1925 é que foi definido um novo mapa politico)
  • as divergências contínuas entre os grandes Estados que venceram a guerra
  • a continuação da exacerbação dos nacionalismos.
Sociedade das Nações

O Presidente Wilson, dos EUA, teve um papel de árbitro na Conferência da Paz de 1919, fazendo com que prevalecesse aquilo que foi designado de "new diplomacy". Wilson queria criar uma organização mundial e não europeia, onde fosse defendido um mundo onde a segurança permitisse o desenvolvimento das democracias.
Assim, quando se deram as conversações de paz do Tratado de Versalhes e quando tentaram solucionar os problemas entre as nações, foi criada a Sociedade das Nações (SDN) em Abril de 1919 que tinha a responsabilidade de manter a paz e a segurança dos Estados, fomentar a cooperação financeira, económica e sociocultural entre os Estado-Membros. 
Mas existiram complicações como: os países vencedores não ratificaram os textos dos tratados; o presidente dos EUA opô-se às emendas que queriam introduzir no Tratado de Versalhes, etc. Assim, os EUA nunca aderiram à SDN, o que também aconteceu a outros países como Itália e Portugal, que também não estavam satisfeitos com algumas resoluções tomadas. Por isso, a SDN não teve qualquer utilidade no impedimento de novos conflitos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sociedade de Classes e Mobilidade Social da Burguesia

Devido às mudanças políticas e económicas que existiram no continente europeu ao longo do século XIX, as estruturas sociais também sofreram alterações sociais.
Nessa época, vigorava o liberalismo político na maioria dos países e este aboliu a sociedade de ordens e quaisquer privilégios de nascimento, reconhecendo na Constituição a igualdade de todos perante a lei. Ao mesmo tempo, instuticionalizou a soberania popular (através do direito ao voto), a liberdade partidária e a não defesa de interesses pessoais por parte do governo (pelo funcionamento tripartido dos orgãos soberanos). Isto marcou o fim jurídico da sociedade de ordens que era uma das características do Antigo Regime. Criou-se assim todas as condições necessárias para a mobilidade social que definiu as sociedades burguesas e capitalistas, apelidadas de sociedades de classes.
Foi implementada a convicção de que todos os homens nasciam iguais e livres e por isso, as únicas diferenças que deveriam existir entre eles apenas se deviam aos méritos próprios de cada um.
A burguesia liberal confrontava também a mentalidade da antiga nobreza que defendia o ócio e a improdutividade pois afirmava que o processo de libertação do Homem dava-se graças ao trabalho e ao esforço individual. Existiram então vários exemplos de pessoas de origem humilde, que com esforço, trabalho, dedicação e também alguma sorte, conseguiram chegar a elevados niveis de hierarquia social, executando importantes cargos politicos e económicos. Mas, devido a crescente industrialização e desenvolvimento da tecnologia, o mercado foi ficando cada vez mais exigente em relação à preparação profissional. Logo, esta igualdade relativa ás oportunidades de vida, não era bem uma realidade. Realmente, a maioria dos casos de pessoas que ascenderam socialmente, eram sobre burgueses, que tinham melhores condições sócioeconomicas e formação escolar. Assim, a industrialização distribuiu-se com alguma desigualdade pelos cidadãos, acentuando algumas diferenças sociais. 
Podemos então dizer que a sociedade dessa altura teve dois extremos: aquelas pessoas que detinham maior poder económico e prestígio social - burguesia - e aqueles que sobreviviam apenas do trabalho, que muitas vezes era escasso - proletariado.

Burguesia

A principal caracteristica deste grupo social era a grande e fácil mobilidade social. A alta burguesia era constituida pelos grandes negociantes, banqueiros, indústriais, políticos, etc. que usufruiam de altos postos do aparelho dos Estados. Eram pessoas com uma grande capacidade de iniciativa e espirito de negócio, ajudando a obter lucro e poder, criar empresas produtivas (a partir das quais se enriqueciam pessoalmente e contribuiam para o desenvolvimento económico). Os grandes magnatas da época tinham como núcleo base a família. Vivia-se uma altura em que existia a livre concorrência e graves crises economicas e a entreajuda e solidariedade criadas nas familias ajudavam nos negócios.
A alta burguesia vivia um estilo de vida bastante avantajado: morava em boas residências, mobilidades de luxo e ostentação; possuiam inúmeras propriedades; preocupavam-se bastante com as aparências, pelo que se festiam sempre de acordo com a moda; e viviam uma vida social muito sofisticada (por exemplo, viajavam muito); forneciam aos filhos uma educação superior aos outros, para que estes fossem culturalmente instruidos.


Vestuário Burguês do século XIX

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Arranque de Novas Potências

Todo o êxito económico que Inglaterra teve serviu de incentivo para outros países, que foram criando as condições necessárias para poderem competir com este país, para poderem ser independentes economicamente.
Os primeiros países a inciarem este processo foram, obviamente, aqueles que eram mais desenvolvidos e que detiam maiores potencialidades naturais (matérias primas, fontes de energia, desenvolvimento cientifico, etc). Estes eram os países da Europa Ocidental e do Noroeste e os Estados Unidos da América.

França 

A França avançou para industrialização tardiamente e desenvolveu-se lentamente, devido a razões políticas e estruturais (agitação provocada pela revolução de 1789, por exemplo). Os primeiros sinais de desenvolvimento, no inicio do século XIX, deram-se no sector têxtil e na exploração de carvão. Mais tarde, desenvolveram-se as as indústrias siderurgicas e metalurgicas; depois expandiram-se as linhas-férreas, desenvolveram-se as instituições financeiras e surgiram empresas ligados a produção de automóveis.

Alemanha

O arranque da Alemanha também se deu tarde devido às consequências políticas sofridas pela unificação. Mas o seu desenvolvimento foi bastante rápido. Era um país com muitas potencialidades naturais, das quais pode tirar proveito, e também tinha ao seu dispor todas as experiências e descobertas já efectuadas até essa altura. A industrialização moderna e de ponta foi promovida pelos empresários, que investiam nas indústrias pesadas do ferro e do aço, na extração da hulha e da lenhite e na produção do carvão. A construção naval e a expansação do caminho de ferro também foram incentivadas e no final desse mesmo século, desenvolveram-se as indústrias quimicas e de electricidade (que veio a revelar uma grande utilidade futura).

Estados Unidos da América

Os EUA, em 1840 eram uma potência secundária e, rapidamente, passaram para 1º lugar na produção industrial mundial no ano de 1900. Este rápido crescimento deveu-se ao facto do país:
- deter um território praticamente virgem, abundante em recursos naturais (terras férteis, metais preciosos, petróleo, etc)
- ter um acelerado crescimento demográfico, graças á crescente imigração europeia
- ter uma agricultura modernizada e mecanizada, com o objectivo de produzir em massa e exportar mais
- possuir um clima social livre e dinâmico
- ter um mercado interno que estava em constante crescimento
- ter pautas aduaneiras proteccionistas

Todos estes factores deram a possibilidade de desenvolvimento de todos os sectores da economia americana. Os primeiros destes sectores a desenvolverem-se foram os têxteis, depois expandiram-se as siderúrgias e metalúrgias, a expansão do caminho de ferro, a exploração mineira, a indústria química e elétrica.
Este crescimento da produção industrial permitiu uma grande quantidade de capitais e assim os EUA, que eram um país que era financiado, passou a ser o financiador.

Japão

O Japão foi o primeiro país asiático a modernizar a sua economia, por uma industrialização rápida e inesperada. Este progresso deu-se graças á política cultural e económica que era desenvolvida pelo imperador, que motivava o contacto com o Ocidente.
A industrialização deste país iniciou-se no sector têxtil. Depois surgiram novos sectores de ponta como a construção naval, a indústria siderúrgica, de armamento e quimica.

A Hegemonia Inglesa

A Inglaterra esteve numa posição de vantagem económica em relação aos outros países, devido ao seu desenvolvimento em termos economicos.  Era um país que, apesar de não deter mais que 2% da população do mundo, assegurava, sozinho, metade da produção industrial da Terra, era o país que mais investia em capitais e era detentor da maioria dos tráfegos do comércio internacional. Esta hegemonia económica só foi possivel graças aos seguintes factores:
  1. A Grã Bertanha foi o primeiro país a promulgar uma legislação liberal que deu permissão à instalação de estruturas político-económicas e sociais modernas e avançadas;
  2. Foi dos primeiros países a desenvolver-se em termos científico-técnicos, aproveitando-se de vários aspectos como o uso do vapor e a mecanização das fábricas. As indústrias britânicas possuiam o mais elevado ídice de mecanização e eram as mais mais avançadas tecnologicamente. Esta constante inovação tecnológica concedeu-lhe uma antecipação na exploração de sectores de ponta como as indústrias têxteis ou indústrias quimicas;
  3. Obteve elevados níveis de produtividade devido à racionalização do trabalho operário;
  4. Iniciou a modernização dos transportes e a revolução agrícola;
  5. Expandiu o seu comércio internacionalmente, graças a boa rede de carreiras marítimas e enriquecido pelas boas relações que mantinha com as suas colónias;
  6. Modernizou o seu aparelho financeiro, criando os holdings, trusts e cartéis, que garantiam o capital que era preciso aos empresários
Graças a estes factores, o sistema bancário inglês também saiu beneficiado e a moeda inglesa, a libra esterlina, foi a moeda de referência nas trocas financeiras, nessa altura.
A Inglaterra só permanecia numa forte posição económica devido à facilidade de adaptação da sua economia às exigências dos mercados.
Mas, em meados do século XIX, a hegemonia económica britânica começou a ser posta em causa quando outros países se sentiram motivados pelos ingleses, e também começaram a modernizar a sua economia.


Mapa de Inglaterra

A industrialização da economia agrícola e o capitalismo rural

Este fenómeno da industrialização teve um grande impacto na economia rural, onde causou uma revolução (agrícola) que teve várias consequências em termos demográficos, sociais e culturais. A industrialização neste sector consistiu basicamente na mercantilização da economia agrícola através da adesão dos possuidores das terras ao espírito lucrativo e produtor. Isso fez com que houvesse uma maior gestão das suas explorações fundiárias ou seja, eles utilizaram os novos conhecimentos adquiridos para poderem modernizar as prácticas, os utensílios e os processos de produção, com o objectivo de rentabilizar o trabalho agrícola, através da maior produção com menor mão de obra e a menores custos.
Este processo instalou-se primeiramente na Europa, nos finais do século XVII, mas só atingiu o seu auge no século XIX, beneficiando de algumas condições:
  • Os progressos científicos-técnicos, impulsionados por este processo, deram a possibilidade de melhorar os utensílios e de mecanizar o trabalho agrícola. Também foram adquiridos maiores conhecimentos sobre os vários processos agrícolas como o processo de germinação, aparecendo assim, nalguns países, escolas agrícolas onde se estudava e ensaiava novas prácticas ligadas à agricultura. E foi disto que resultou a agrícultura evoluida.
  • O alargamento dos transportes e maior rapidez de comunicação foi uma condição essencial á renovação agrícola pois a maioria da produção agrícola estragava-se a curto ou médio prazo e por isso tinha que ser rapidamente distribuida nos mercados. Logo, a revolução dos transportes foi um factor muitissimo importante. E também, graças a este melhoramento relativamente aos transportes, muitas regiões agrícolas puderam passar a dedicar-se a culturas mais adequadas às suas características geoclimatéricas. O aumento da especialização agricola obrigou à criação de uma rede de trocas produtivas entre as várias regiões. Assim, o desenvolvimento dos transportes e a industrialização da agricultura foram decisivos na construcção dos mercados internos.
  • Outra condição importante, que deu a possibilidade de existirem capitais disponíveis e instrumentos de crédito precisos para investir, foi o crescimento do capitalismo financeiro.
Todas estas condições motivaram os empresários capitalistas a investirem nos campos, pela compra de terras por exemplo e foi assim que apareceu o capitalismo rural.
Resumidamente, devido ás consequências que afectaram a economia rural, foi obtida uma maior rentabilização dos solos, aumentando a área cultivada, a produtividade e a quantidade da produção e diminuindo os preços dos produtos agrícolas. Isto causou uma melhoria em relação á alimentação das pessoas, aumentando a esperança de vida das populações.

domingo, 5 de junho de 2011

Concentração Industrial e Bancária

No final do século XIX deu-se uma formação de unidades fabris cada vez maiores, em termos de: número de operários, tamanho de instalações e capacidade produtiva. Com toda esta evolução, a organização das fábricas saiu afectada e foram obrigadas a criar novos departamentos como o de administração ou consultadoria. Criou-se assim a empresa indústrial.
As frequentes crises económicas e a livre concorrência provocaram a concentração indústrial, forçando as indústrias a fortalecerem-se em termos económicos, para poderem resistir á concorrência e sobreviver as periodos de recessão. Mas esta concentração nunca poderiam ter acontecido sem a criação de novos bancos publicos e privados, o aumento da actividade bolsista, etc - crescimento dos meios financeiros.
Durante o período de tempo da 1ª revolução industrial, a maior parte das fábricas pertencia apenas a um patrão. Por vezes, chegavam a pertencer a sociedades familiares. Mas com as exigências de crescimento, durante esta época marcada pela livre concorrência, muitas destas unidades de produção tiveram que recorrer a crédito para obterem o capital que precisavam para evitar a falência da empresa e para ajudar no desenvolvimento da mesma. Foi este o motivo que tornou muitas empresas em sociedades por acções.
Então, corporizado por muitas sociedades financeiras e bancos, o capitalismo financeiro atingiu o seu auge e passou a dominar a maioria das indústrias através da compra de acções e do crédito.
Mas o processo de concentração industrial não se deu apenas pelo alargamento da produção na empresa, deu-se também pela junção de outras indústrias. E este processo teve duas modalidades: a concentração vertical e a concentração horizontal.

Concentração Vertical - uma indústria forte anexava a si própria outras indústrias da mesma região cujas produções concorriam pelo mesmo produto. Este tipo de concentração foi mais utilizado pelas indústrias siderúrgicas e texteis de maneira a monopolizar a produção e a comercialização de um determinado produto. Estas associações também se podiam dividir em relação à sua gerência colectiva: trusts (quando existia apenas uma gestão e uma sociedade) e holdings (quando cada indústria continuava independente em relação á produção, mas eram controladas por uma gestão que tinham em comum).

Concentração Horizontal - resultava da junção de indústrias similiares que se ocupavam da mesma fase de produção do produto. Estas concentrações podiam gerar cartéis, em épocas de crise, que é um tipo de associação horizontal em que as unidades de produção permanecem independentes tecnicamente, financeiramente e juridicamente mas têm uma gerência comum para poderem tomar decisões conjuntas em relação às quotas de produção, ao montante dos preços e à divisão dos mercados de escoamento. O objectivo destas concentrações é acabar com a concorrência entre as indústrias e estabilizar os mercados.

Estas associações passaram a concretizarem-se internacionalmente, a partir do final do século XIX, passando a poderosas multinacionais.

sábado, 4 de junho de 2011

Racionalização do Trabalho

A industrialização provocou alterações essenciais no processo de produção e na vida económica.
A maquinofactura foi instalada para ter a possibilidade de satisfazer as crescentes ambições de lucro dos fabricante e originou a fábrica. A fábrica passou a ser o local característico da Revolução Industrial, estava destinada a produzir o mais possivel, a custos menores e concentrava nas suas instalações os operários, as máquinas e os meios de produção. Com todos os operários concentrados no mesmo espaço de trabalho, houve a obrigação de regulamentar uma disciplina laboral, que introduziu horários bastante rígidos e capatazes a vigiar os trabalhadores, para garantirem que todos faziam o trabalho bem feito para uma maior e melhor produção.
Existia uma necessidade de vencer a concorrência e de obter cada vez mais lucro por isso os industriais passaram a preocuparam-se com a rentabilização do trabalho. E foi assim que se deu a divisão do trabalho e a especialização de tarefas para evitar a perda de tempo e manter um bom ritmo de trabalho.
Estes novos métodos de trabalho fabril inciaram-se em Inglaterra mas tiveram um grande aperfeiçoamento na Alemanha e especialmente nos EUA.
O taylorismo contribui imenso para diminuir os custos dos produtos finais e assim, permitia a sua colocação no mercado, de forma acessivel para todos; ajudou a consolidar a produção e o consumo de massa.
A massificação da produção teve como objectivos a uniformização e padronização de produtos produzidos em série. Este processo chamou-se de estandardização e tornou possivel novos processos de comercialização relacionados com o consumo de massas.
Todas estas alterações exigiram aos donos das indústrias mais capital e para estes sobriviverem à concorrência, tinham que recorrer aos bancos e outras formas de financiamento. Isso causou o inicio da capitalização da economia industrial.
O modo de produção industrial e capitalista define-se por:
  • uma concentração dos trabalhadores e dos meios produtivos
  • utilização de fábricas como locais destinados para o processo de produção
  • mecanização crescente do processo produtivo e constante actualização do equipamento
  • disciplinação e racionalização do trabalho operário com o objectivo de uma crescente obtenção de lucros
  • separação entre trabalhadores e patrões

terça-feira, 31 de maio de 2011

A expansão da Revolução Industrial

O desenvolvimento da Revolução Industrial deu-se graças ao aperfeiçoamento progressivo dos meios e processos produtivos (de maneira  a que pudessem produzir produtos melhores, demorando menos tempo, ao menor custo possivel).

Novos inventos e novas fontes de energia

Para que fosse possivel existir uma revolução técnica e tecnológica dos processos de produção e uma revolução relativa aos transportes e aos meios de comunicação tiveram que apostar no desenvolvimento científico dessa altura e aproveitar-se das aperfeiçoamentos técnicos até aí feitos.
Os primeiros aperfeiçoamentos e invenções técnicas deram-se graças á motivação dos empresários e engenheiros fabris, que tiveram como base conhecimentos científicos já descobertos, aproveitando-se deles para construir novas máquinas e modernizar as antigas, para tornar mais rentável a produção.
Graças a esta modernização e inovação no campo da tecnologia e técnica, as indústrias tiveram oportunidade de sobreviver à concorrência.
Foi devido a tudo isto que, no final do século XIX, os empresários começaram a investir na investigação cientifica e para isso criaram laboratórios para realizarem pesquisas. Estes investimentos efectuados tinham consequências favoráveis: o aumento e melhoria da produção, a diminuição dos custos e o aumento dos lucros.
Logo, a evolução da Revolução Industrial foi resultado da intensificação da investigação científica.
Porém, existia a obrigação de uma constante renovação técnica e isso continuou a exigir mais pesquisas, dando origem a progressos cumulativos. Estes progressos aumentaram o poder do Homem na transformação de matérias primas e materiais, a dominar a Natureza e aumentou também a qualidade de vida das pessoas.
Relativamente à industrialização, estes progressos introduziram constantes mudanças, que tiveram consequências:
  • Novas fontes de energia foram descobertas, tornando-se indispensáveis a constante mecanização produtiva (energia a vapor, gás, gasolina, gasóleo, electricidade)
  • Existiu a possibilidade de aperfeiçoar as indústrias e novas foram descobertas (indústria metalúrgica, indústria quimica, etc)
  • Deu-se um desenvolvimento dos meios de transportes e de comunicação (navegação a vapor, comboio, serviços postais, telefone, telégrafo, automóveis, etc)


Desenvolvimento dos Transportes

domingo, 3 de abril de 2011

A acção reformadora de Mouzinho da Silveira

A transformação de Portugal num país liberal já tinha começado antes da vitória dos liberais na guerra civil. Havia começado com a legislação preparada e redigida por Mouzinho da Silveira (que era setembrista), que tinha sido nomeado ministro da Fazenda e da Justiça por D. Pedro IV durante a guerra civil de 1832-34.
As reformas de Mouzinho da Silveira tinham como objectivo salvaguardar a institucionalização jurídica individual, fazer com que o país tivesse condições para ultrapassar economicamente os prejuizos obtidos com a perda do Brasil e colocar Portugal ao nível civilizacional dos outros países da Europa.
As medidas por ele tomadas que tiveram maior alcance dizem respeito à liberalização da propriedade agrária e da economia (no geral) e puseram fim aos direitos senhoriais. Algumas dessas medidas foram: a abolição dos morgadios, a revogação das doações dos bens da Coroa, a abolição total dos dizimos (que eram pagos na maioria á Igreja), a liberalização da exportação de produtos nacionais, a abolição dos direitos de pesca e a supressão das portagens.
Existiram também outros liberais setembristas como o marquês Sá da Bandeira, Passos Manuel e o Conde de Lumiares que tomarm outras medidas de carácter liberal como: alargar a representação burguesa nos orgãos políticos, promover o ensino e consolidar a liberdade de pensamento e de imprensa, proteger o comércio e fomentar o desenvolvimento colonial, facilitar o crédito às empresas, incentivar a criação de associações de agricultura, comércio e indústria, reformar as alfândegas e instituir pautas aduaneiras que protegessem os produtos da indústria nacional.
Graças à Revolução de Setembro (1836), a Constituição de 1822 voltou a ser instuida até que uma nova Constituição fosse feita - Constituição de 1838.

Mouzinho da Silveira

sábado, 2 de abril de 2011

A Constituição de 1822 e a Carta Constitucional de 1826

A Constituição de 1822, pronta em Setembro e jurada e promulgada por D.João VI no dia 1 de Outubro de 1822, foi a primeira Constituição portuguesa.
Esta Constituição foi escrita com base nos textos constitucionais franceses e na Constituição espanhola e compunha-se de 240 artigos que procuravam instuticionalizar o liberalismo em Portugal.
No Titulo I da Constituição estão definidos os direitos e os deveres dos cidadãos portugueses e são reconhecidos como principais: o direito à liberdade, à segurança, à propriedade, a igualdade perante a lei e a liberdade de pensamento.
O Titulo II estabelecia que a soberania residia na Nação e que o governo dessa Nação era o da monarquia constitucional hereditária (que funcionava respeitando a separação tripartida do poder político). Atribui o poder legislativo ás Cortes, o poder executivoa o rei e o poder judicial aos tribunais.
No Titulo III estava regulamentado o direito ao voto, que era apenas concedido sob algumas condições: só os homens com mais de 25 anos, que soubessem ler e escrever é que podiam votar.
Esta Constituição ainda consagrou a religião católica como a religião oficial do Estado e da Nação.
Constituição de 1822
A Carta Constitucional de 1826 possui 145 artigos que estão agrupados em 8 títulos e ao contrário da Constituição de 1822 que possuia no primeiro Titulo I as "Disposições Gerais e Garantias dos Direitos Civis e Políticos dos Cidadãos Portugueses", a Carta Constitucional colocou este assunto no último titulo.
A Carta tinha o desejo de reafirmar o poder real por isso não só não afirma o princípio da soberania popular como ainda concede ao rei um importante papel: o rei continua como supremo chefe do poder executivo e também passa a ser detentor do poder moderador. O poder moderador foi uma novidade e passava a ser o 4º poder. Este poder dava ao rei a possibilidade de: nomear os Pares, convocar as Cortes, dissolver a Câmara dos Deputados, nomear e demitir o Governo, suspender os magistrados, conceder amnistias e perdões e vetar (a titulo definitivo) as resoluções das Cortes. O poder legislativo foi entregue às Cortes, que estavam divididas em duas câmaras: a dos Deputados e a dos Pares. O poder judicial era composto por juizez e jurados.
A Carta reconhecia ainda como direitos do cidadão o direito à liberdade, à segurança individual e à propriedade.
A Carta Constitucional de 1826 foi considerada moderna e tradicionalista e provocou um retrocesso em relação aos princípios que tinham sido estabelecidos com a Constituição de 1822.

Carta Constitucional de 1826

 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Revolução de 1820

Graças aos estrangeirados, aos exilados franceses, ao exilados portugueses no estrangeiro e à maçonaria os ideais liberais entraram em Portugal (apesar da existência da Inquisição, da Real Mesa Censória e a Intendência-Greal da Polícia).
Ocorrem algumas situações que provocaram o descontentamento do povo português como, por exemplo: a abertura dos portos do Brasil ao comércio internacional, prejudicando a economia portuguesa (especialmente a burguesia rica do Norte) e beneficiando os outros países interessados, como a Inglaterra.
Outras das condições que deixou a população portuguesa descontente foi a ida da corte para o Brasil, devido ao facto do Rei ser o principal alvo das invasões francesas e isto acabou por afectar o povo e a economia de Portugal. E os ingleses aproveitaram esta ausência do soberano português para dominar o país (o que foi tido como uma afronta para os portugueses). Estes factos arruinaram a economia portuguesa e provocou um clima de conspiração. Por isso, em 1817, no Porto, foi formado o Sinédrio cuja intenção era instituir o liberalismo em Portugal. Então, aproveitando a ausência de Beresford do país foi iniciada a Revolução, que começou no Porto mas estendeu-se por todo o país.
Graças à revolução, os ingleses sairam de Portugal e foi criado um governo provisório que tinha como objectivo resolver os problemas do país. A acção deste governo foi no sentido de:
  1. terminar com a dominação inglesa
  2. notificar o rei D.João VI do que se estava a passar no país e exigir o seu regresso imediato
  3. consolidar o novo Governo através da diplomacia
  4. eleger novas Cortes Constituintes
O rei D.João VI regressou a Portugal em 1821 e no ano seguinte jurou e promulgou a Constituição Portuguesa.




D. João VI

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Revolução Francesa e Americana

Primeiro deu-se a revolução americana e só depois a francesa. Graças a estas revoluções, o liberalismo começou a expandir-se devido ás revoluções liberais.
A Inglaterra dominava os Estados Unidos e queria aumentar os impostos e os americanos revoltaram-se, pois queriam a sua independência e conseguiram-na, com a ajuda dos franceses (enviaram um exército para a América e também apoiaram os americanos economicamente). Não foram só os impostos que levaram o povo americano a revoltar-se: desejavam a liberdade e o direito de defender os princípios do iluminismo em que todos os homens nascem iguais, logo têm os mesmo direitos e deveres, e em que era o povo que elegia o seu representante.

Revolução Americana



Esta revolução vai ter repecursões no continente europeu, pois como foram os franceses que foram ajudar os americanos, quando voltaram para o seu país de origem, voltaram com as ideias revolucionários que motivaram a revolução americana. A Revolução Francesa, ocorreu no ano de 1789 e foi provocada pelas graves crises agrícolas devido ao clima (maus anos agrícolas), á corrupção que existia e ao atraso em que o país se encontrava em relação á produção de manufacturas! A balança comercial dos franceses também se encontrava desiquilibrada, o que significa que se importava mais do que se exportava e os gastos feitos pelo Estado eram imensos e a maioria deles, eram supérfulos (a corte gastava em demasia nas festas, banquetes, viagens, produtos luxosos e desnecessários). Existia ainda uma forte estrutura social, que trazia privilégios para o clero e para a nobreza (por exemplo, a insenção de impostos) e era o povo, que era a ordem social com menos rendimentos, que pagava os impostos, que trabalhava de sol-a-sol e vivia em condições miseráveis. Para além disto, também tinham o objectivo de acabar com o regime politico que vigorava na altura, o absolutismo, e instaurar o liberalismo.
A Revolução deu-se no dia 9 de Julho do ano de 1789, e era representada maioritariamente por membros da burguesia e do povo e o inicio da revolução foi quando se deu a tomada da Bastilha.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) teve como ideia-base a liberdade individual e afirmava que todos os homens nascem iguais e permanecem livres. Com isto, passou a existir o direito á liberdade de opinião, de imprensa e de expressão. O povo passou a ser o mandatário pois era nele que residia o poder.
Apesar de tudo isto, a igualdade era bastante relativa pois, por exemplo, só podiam votar que fosse do sexo masculino, maior de idade, soubesse ler e escrever e que pagasse os impostos.
No ano de 1972, foi instaurado em França, o governo da convenção, que passou a ser conhecido como o governo do terror. A seguir a esta convenção seguiu-se o Directório, que liberalizou a economia e que separou o Estado e a Igreja (estado laico). Depois foi instaurado o Consolado, que estava entregue a três consules. Graças ao Consolado, houve uma estabilização do regime político e da própria vida dos franceses e isto levou ao fim da revolução!

 
Revolução Francesa

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O iluminismo

O iluminismo é uma corrente filosófica que se baseia na razão e na procura da sabedoria. Defende o pensamento e a ciência, incentiva a educação (quanto mais cultos formos, mais facilmente entendemos o "outro" e o Mundo - realidade) e critica a soliedade, a religião e a política.
O iluminismo opõem-se ao absolutismo (queria uma separação dos poderes legilastivo, executivo e judicial) e nega que poder tem origem divina. Critica o mercantilismo (que mais tarde foi "trocado" pelo fisiocratismo), e segundo o fisiocratismo, a riqueza obtida provinha da natureza e não do comércio. Defende que a igualdade (todas as pessoas são iguais perante a lei) e isso afectou principalmente a nobreza, pois esta corrente filosófica criticava a descendência e afirmava que o estatuto de todos na sociedade tinha que ser merecido.
O iluminismo defende ainda a tolerância, especialmente a tolerância religiosa e condena a escravatura. O seu principio base é a liberdade individual e não concordava que o Estado interviesse na economia do país. Com o iluminismo pretendia-se igualar todos os homens perante a justiça independentemente da raça por isso, a partir do século XVIII começou-se a pôr em causa a existência das colónias e nos princípios do século XIX, várias colónias tornaram-se independentes.



Iluminismo

domingo, 9 de janeiro de 2011

Os Estados Absolutistas

Existia uma grande diversidade política nos séculos XVII e XVIII, mas o regime que dominava a Europa era o da monarquia absoluta de origem divina.
No século XVII, as monarquias absolutistas distinguiram-se das outras, pelo papel que cabia ao rei na estrutura social: eram a pessoa mais poderosa e exerciam o seu poder de uma forma pessoal (personalizada), absoluta (o poder de outros não era reconhecido, só o seu importava) e única (não é partilhado com ninguém).
Segundo alguns juristas da época, a soberania régia era de origem divina e esse legado era recebi pelos reis no dia em que eram coroados.
O rei absoluto detinha um poder superior a todos e também todos os poderes políticos: o poder legislativo, judicial e executivo. E então, os poderes do rei eram iguais ao poder que o Estado representava. Podemos verificar esta situação em França, no reinado de Luís XIV, quando o soberano afirmou que "O Estado sou Eu!".
Apesar de tudo isto, existiam algumas limitações em relação ao poder real:
  • as leis de Deus (as quais, o rei devia jurar obedecer)
  • as leis da justiça natural dos homens (que diziam respeito ao direito á justiça, á vida, á liberdade, etc)
  • as leis fundamentais de cada reino (que foram instituidas ao longo dos tempos, de pelos costumes e tradições)
Estes limites distinguiam a autoridade absoltuda da dos déspotas, cuja forma de governar era condenada como bárbara e atrasada. Mas estas limitações funcionaram mais no sentido teórico do que práctico. Por exemplo, a lei fundamental do reino françês, reduzia-se apenas a dois principios que determinavam a forma do Estado mas nenhum desses principios impedia a acção do soberano.
Desta forma, o poder real nas monarquias absolutas foi de facto ilimitado.
Durante este periodo, legislar, lançar impostos, fazer a guerra ou a paz, etc foram direitos e funções que cabiam exlusivamente ao rei.
Para isto ser possivel, a construção de um aparelho de Estado foi exigida, e servia para fornecer os meios humanos, materiais e técnicos que fossem necessários para as decisões do soberano fossem cumpridas. Existiu então uma reestruturação  dos organismos politicos e administrativos:
- um conjunto de orgãos politicos e consultivos que fossem da total confiança do rei, escolhidos pelo próprio
- uma administração central disciplinada que desse a forma de lei ás decisões do governo e que tratasse dos diversos assuntos da administração interna
- funcionários régios (por exemplo secretários, comissários, chanceleres, etc) que informassem as várias provincias das resoluções régias, fiscalizando a administração de cada provincia
- um exército permanente, sob a ordem do rei, que garantisse e impusesse o seu poder como soberano
Isto levou o rei a aumentar os impostos reais ou públicos que abrangiam toda a populção e que eram pagos ao rei. Estes impostos substituiram a maioria dos já existentes impostos que diziam respeito ás ordens privilegiadas e autoridades locais.
A centralização régia provocou várias reacções por parte da nobreza e do clero e isso exigiu uma forte acção disciplinadora do rei. Então, a construção do absolutismo foi um processo que demorou algum tempo e que teve várias fases.
A necessidade que o rei teve em controlar directamente o aparelho administrativo central e os seus funcionários levou a que todas as funções fossem centralizadas nas cortes, que logicamente, se tornaram os locais mais importantes de cada reino. Nas cortes, funcionavam todos os orgãos de administração central, o Supremo Tribunal, a Tesouraria Régia, etc.
O aumento da sociedade de corte diversificou as actividades das cortes, as quais se tornaram centros artisticos e culturais importantes!


Luis XIV, Monarca Absoluto